Cruzaram-se numa manhã de uma típica rua lisboeta, assaltada de gente apressada e atarefada com a sua vida. Ela ia envolta nos seus pensamentos ao som da sua música de eleição para viagens matinais, ele nas suas divagações anti-sociedade. A certo ponto os seus pensamentos enveredaram pelo mesmo caminho, reparando perplexos que apesar de a rua estar cheia de pessoas, cada uma delas se sentia só. Ninguém reparava em ninguém, tal era a pressa quotidiana. Ao olharem em redor para verificarem se não seria apenas um exagero dos seus cérebros, os seus olhares cruzaram-se.
Ela sorriu, ele correspondeu.
E assim seguiram caminho, com sentimento interior que os reconfortou durante o resto do dia, levando-os a reflectir toda a noite.
No dia seguinte, ela desviou-se do seu percurso habitual e seguiu pelo caminho da rua onde o tinha encontrado. Caminhou calmamente, procurando-o por entre as almas solitárias que por ali deambulavam. Não o avistou nesse dia, nem no seguinte. Continuou com esta rotina durante tempos onde se sentia num turbilhão, uma bomba relógio pronta a explodir assim que o visse. Passado algum tempo rendeu-se à evidência que tinha sido apenas um feliz acaso.
Era Outono e nunca chegou a ser Verão.
assim assim, a dar para o bom