Domingo, 10 de Outubro de 2010

Era Outono

Cruzaram-se numa manhã de uma típica rua lisboeta, assaltada de gente apressada e atarefada com a sua vida. Ela ia envolta nos seus pensamentos ao som da sua música de eleição para viagens matinais, ele nas suas divagações anti-sociedade. A certo ponto os seus pensamentos enveredaram pelo mesmo caminho, reparando perplexos que apesar de a rua estar cheia de pessoas, cada uma delas se sentia só. Ninguém reparava em ninguém, tal era a pressa quotidiana. Ao olharem em redor para verificarem se não seria apenas um exagero dos seus cérebros, os seus olhares cruzaram-se.

Ela sorriu, ele correspondeu.

E assim seguiram caminho, com sentimento interior que os reconfortou durante o resto do dia, levando-os a reflectir toda a noite.

No dia seguinte, ela desviou-se do seu percurso habitual e seguiu pelo caminho da rua onde o tinha encontrado. Caminhou calmamente, procurando-o por entre as almas solitárias que por ali deambulavam. Não o avistou nesse dia, nem no seguinte. Continuou com esta rotina durante tempos onde se sentia num turbilhão, uma bomba relógio pronta a explodir assim que o visse. Passado algum tempo rendeu-se à evidência que tinha sido apenas um feliz acaso.

 

Era Outono e nunca chegou a ser Verão.

publicado por Sofs às 23:08

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2 comentários:
De baGa a 11 de Outubro de 2010 às 16:06
love it! @
De unpetitpeu a 12 de Outubro de 2010 às 04:01
estou deprimida

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'Neste baile de máscaras onde toda a a gente dança E homem que baila por gosto às vezes perde a esperança Agarro-me ao que posso, quando posso agarrar Faço o meu possível para me tentar orientar Dito as minhas regras, e deixo o fato no armário Podes crer, a mim não me tiram pinta de otário Danço quando quero e controlo bem a batida Porque a vida neste tom às vezes pode ser fodida.'
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