Era uma vez uma menina que queria ser feliz...
Enquanto procura um caderno vai pensando na decisão que tomou. Prepara-se para uma longa aventura, a maior em que já mergulhou, a de uma vida (quase) nova. Novos hábitos, novas pessoas, novos desafios. Todo o seu ser está num frenesim, saltitando entre a excitação e o receio do desconhecido. Ocupa-se com arrumações de última hora, até ao último detalhe, tentando não pensar no que poderá correr mal e afastando os pensamentos negativos que ocasionalmente aparecem.
Acorda ensonada mas encorajada pela promessa da novidade. Antes de sair, olha em redor e observa os resquícios dos últimos tempos, os móveis, os livros, uma vida que lhe parece imensa, um lugar seguro que estará sempre à sua espera. Com um sorriso desafiador fecha a porta e encara o mundo.
Durante grande parte do caminho distrai-se com a sua música, ou a observar os comportamentos e rotinas matinais. E assim continua até quase ao fim da viagem, onde desperta entre um misto de nervosismo e excitação.
Avança pela rua a passos rápidos e desengonçados, tropeçando nela própria e em pedras da calçada, o que a deixa cada vez mais nervosa e ligeiramente irritada. Mas depois, como se estivesse predestinado, avista o seu destino no fim da rua, que lhe sorri cheio de vontade de a receber.
Nesse momento, todos os medos, questões, nervos e afins se dissipam na certeza que tomou a decisão correcta.
Era uma vez uma menina que queria ser feliz... e para lá caminha.
assim assim, a dar para o bom